O uso de
plantas como medicamento é uma prática bastante antiga. Desde antes do
surgimento da escrita, o homem já utilizava ervas para fins alimentares e
medicinais. Esse conhecimento empírico, passado de geração a geração, tem
despertado a atenção de pesquisadores que buscam analisar cientificamente os
efeitos de determinadas espécies no combate ou controle de doenças e infecções.
Na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), a
doutoranda Maria Lúcia Lira de Andrade, do Programa Multicêntrico de
Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular (PMBQBM), decidiu verificar
quais os efeitos da Dysphania ambrosioides, popularmente conhecida como
erva-de-santa-maria ou mastruz, contra a leishmaniose. “O mastruz já é
utilizado de forma empírica. As pessoas pegam as folhas e colocam nas feridas,
que acabam cicatrizando”, diz. Com a pesquisa, foi possível comprovar que o
conhecimento popular tem fundamento e a planta tem, sim, efeito contra a
doença.
“Percebemos que a Dysphania ambrosioides, que é o mastruz,
possui efeito antileishmania, ela diminui as infecções nas células infectadas,
tanto na leishmaniose cutânea, que são as feridas na pele, quanto na
leishmaniose visceral, que é o calazar”, declara a pesquisadora. Também foi
percebido que a planta diminui a infecção do Trypanosoma cruzi, que é o
parasita responsável pela doença de Chagas. “Então, o mastruz foi bem eficiente
contra esses três parasitas”, afirma.
O estudo foi feito com extrato salino da planta. “A gente pegou
a planta, deixou as folhas secarem, fez um pó e extraiu com solução salina, que
é que mais se assemelha com o uso que pode ser utilizado em casa”, explica. A princípio
foi realizado um estudo com cinco plantas medicinais: Tabebuia aurea (craibeira
ou ipê-amarelo), Cassia fistula (chuva de ouro), Phyllantus niruri
(quebra-pedra), Combretum leprosum (mofumbo) e D. ambrosioides (mastruz). Das
espécies analisadas, o extrato salino de Dysphania ambrosioides foi o que teve
efeitos contra a leishmaniose.
A pesquisa
faz parte da tese de doutorado de Maria Lúcia Lira, que será defendida no final
deste mês. O estudo teve duração de quatro anos e foi desenvolvido em parceria
com laboratórios da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) e da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Maria Lúcia informa que a
possibilidade de estudo agora é saber qual o composto do mastruz que tem esse
efeito antileishmania.
A pesquisa pode trazer grandes benefícios no tratamento contra a
leishmaniose. O Brasil está entre os países com maior incidência de casos da
doença no mundo. E no Rio Grande do Norte, o índice de óbito por causa da
leishmaniose é maior que a média nacional. Daí, a importância do
desenvolvimento de novas drogas que possam substituir ou complementar as
terapias existentes atualmente. Nessa perspectiva, a avaliação experimental de
preparação de plantas medicinais representa uma fonte potencial de descoberta
de novas drogas antileishmania.
Essa descoberta é muito importante
para o país. Hoje em Assú-RN existe uma grande preocupação com os casos de Leishmaniose,
Calazar, em humanos. No Bairro Parati foi o Bairro que teve mais casos humanos
confirmados no município. O Cão é a vítima mais fatal da doença, inclusive todo
dia tem animais com a doença para realizar a eutanásia, é triste.
Para combater a doença é necessário
que a população colabore, fazendo limpeza nos quintais, tirando folhas, frutas,
resto de comidas, etc.; caso estiver criando galinhas fazer limpeza diariamente
do local onde as galinhas estão.
Informações com o DeFato.com
Informações com o DeFato.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário